segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

De degrau em degrau – minha experiência na Corrida Vertical

A primeira impressão é realmente a que fica? A postagem, atrasada, acerca de minha participação na Corrida Vertical em São Paulo no último dia 25 deve-se muito à busca desta resposta. Tornei-me um fã da prova nas escadarias? Os dias passados, especialmente após a Volta ao Cristo em Poços de Caldas, possibilitaram-me uma análise mais “palpável” dessa experiência escada acima.

A Corrida Vertical faz parte do circuito da International Skyrunning Federation, uma associação responsável por um extenso calendário de corridas ao redor mundo. Esse tipo de corrida, tradição em diversos países, consiste basicamente em ver quem sobe no menor tempo um número determinado de andares pelas escadas. A prova em São Paulo está na sua segunda edição. Este ano, o objetivo era encarar os degraus do edifício da Editora Abril localizado na Avenida das Nações Unidas. 30 andares para a elite e 24 para os amadores. Não sei exatamente o número de degraus, mas acredito que em torno 660 (elite) e 570 (amadores). Para competir, os interessados deveriam inscrever-se através do site da prova e participar de uma seleção. Os selecionados seriam informados e deveriam levar um atestado médico no dia da corrida. Não sei como foi feita a seleção, mas cerca de 300 corredores tiveram seus nomes aprovados. Muitos não compareceram. Recebi meu e-mail de confirmação e não subi nem uma escadinha sequer antes da prova...rs. Eita preparação boa.

Desta vez chamei minha mãe para me acompanhar nessa aventura. Saímos de Araras às 6:15 rumo à São Paulo. A viagem foi tranqüila e em duas horas estávamos em frente ao local da prova. Com o auxílio do GPS, e ajudados pelo trânsito tranqüilo devido ao feriado em comemoração ao aniversário da cidade, chegamos facilmente ao endereço na Avenida das Nações Unidas. O acesso ao estacionamento dava-se pela rua lateral ao edifício, eis o problema para quem é perdido como eu...rs. Parados em frente ao prédio precisaríamos dar a volta pela Rua do Sumidouro. Na esquina avistamos dois policiais que atenciosamente nos indicaram o caminho. Tive a capacidade de voltar ao local inicial. Seria necessário passar novamente pelos policiais para acharmos a rota correta. Minha mãe, envergonhada, subiu o vidro. Com certeza, os policiais devem ter dado risada. Na segunda tentativa achei a rua e a entrada para o estacionamento. Ufa. Primeira etapa ok...rs!!!

Minha mãe e eu
Adentramos ao estacionamento e nos encaminhamos para o local da largada. Ao olhar pra cima confesso que bateu uma certa ansiedade. Retirei meu kit (uma camisa de péssima qualidade com o número estampado na frente e uma sacolinha com dois pacotes de “biscoito”). O tamanho M não ajudou, mas como o uso era obrigatório coloquei a apertada camiseta assim mesmo. Umas das coisas legais na organização da prova foi a estrutura montada na entrada do edifício, inclusive com um telão que trazia imagens dos corredores na escadaria. A largada por baterias com poucos corredores foi outro aspecto interessante, já que a cada largada a ansiedade só aumenta. Bateria após bateria, aos poucos os corredores iam retornando e nos relatavam as dificuldades encontradas. Tinha curiosidades básicas: quando o cansaço apareceu ou quando a caminhada substituiu a corrida. Mas é necessário subir pra sentir você mesmo as dificuldades da “escalada”. Chegou a hora. Chamada para 12ª bateria (a minha). Corredores alinhados, conversando e disfarçando a tensão. Por volta das 11h um membro da organização dá algumas recomendações e aperta a buzina. Agora é subir. 4’45” e a prova acabou pra mim. Cruzei a linha de chegada. Subi mais de 500 degraus. Será que fui rápido? O oitavo de onze em minha bateria. Esses poucos minutos pareciam uma eternidade. Confesso, que na empolgação, cinco andares passaram voando. Puxava no corrimão e de dois à três degraus por vez subia no gás. Dois andares a frente o comboio foi passando, as pernas pesando e o fôlego acabando. A primeira vez que busquei verificar em qual andar estava desanimei. Já estava morto de cansaço e ainda no 12º. O coração parecia querer sair pela boca. O quadríceps então, muito fadigado. Os andares passavam cada vez mais devagar. De dois em dois degraus ia em direção ao objetivo. Lá pelo 19º passei um corredor em pior estado que eu e no 21º mais outro. Ao avistar a entrada para o 24º andar não acreditei. Havia chegado. Tinha conseguido. Lá em cima, apenas um copinho de água fomos direcionados ao elevador. O esforço foi intenso. Uma tosse me “atacou” e me “perseguiu” por algum tempo. Ao acabar a prova parecia anestesiado, cansado, mas feliz. Viajei pra correr pouco mais de 4 minutos. Os vencedores da prova foram Thomas Dold, com 3’03” e  Valentina Belotti com 3’ 53”.


Também se aventurando nas escadas encontrei alguns amigos que só tinha contato pelo facebook. Alguns mais malucos do que eu, como o Fábio Namiuti e a Odila Noronha que um pouco mais cedo correram mais de 6K no Troféu Cidade de São Paulo. Ou o Antonio Colucci que participou do Bike Tour pela cidade. Valeu Fernando Foca, Marina Kuriki e Sérgio Xavier. Foi um prazer conhecê-los. Bora pegar a estrada de volta. Pegamos uma tempestade no caminho pra casa, mas chegamos bem.

Fábio Namiuti, eu e Odila Noronha
Colucci e eu
Eu, Fernando Foca e Marina Kuriki
Sérgio Xavier e eu
Saca o tempo!!!
A poeira assentou e a empolgação passou. A comparação com uma prova incrível como a Volta ao Cristo apenas quatro dias depois foi inevitável. A prova de Poços já está no calendário para 2013. A primeira experiência nas escadas foi legal, mas com certeza, pra mim, não é o tipo de prova que veio pra ficar. Foi muito rápido. As escadas, ao menos nas provas, não pegaram na veia. Exige treinamento diferenciado e muita técnica para subir rápido de forma eficiente. É um outro esporte.

A medalha

Teve bão!!!

14 comentários:

  1. Achou pouco, né, Alan? Bora subir o Empire State da próxima vez, hehehehe... Valeu ter finalmente te encontrado em uma corrida, parabéns pela sua participação e resultado. Abração e até as próximas, de preferência, horizontais mesmo.

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    1. E aí Namiuti...achei pouco tempo, apesar que enquanto subíamos parecia uma eternidade. Com certeza nos encontraremos em outras provas "horizontais" por aí. Treinamento para a Linha Verde firme e forte.

      Abraço.

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  2. Alan e suas aventuras...e agora leva a mãe também srsrs...Parabénss!!!! até.

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    1. Valeu Angelica...minha mãe também se divertiu...rs!!! Até. Segunda tem relato sobre a corrida em Itu heim!!!

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  3. Boa Alan!
    Parei de tossir agora (hehehe) e estou terminando a postagerm das escadas.
    Abraço
    COlucci
    @antoniocolucci

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    1. Valeu Colucci.

      Já passei no seu blog e li seu relato. A tosse foi dureza...rs!!!

      Abraço.

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  4. Parabéns Alan!!
    Passei só pra dar um alô!! Tô conseguindo nem escrever rsrsrs!! Será que estou exagerando rsrsrs!! O Rodolfo falou que vc partiu rapidinho da academia com dor no joelho!!! Olha o exagero hein!! Abraços!!!

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    1. Valeu Murilo.

      Tava com uma dorzinha de leve quando fazia exercicíos que forçavam o joelho. Agora tá de boa. Sem exageros...rs!!!

      Abraço.

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  5. Parabéns pela vertical, quem sabe na proxima eu não tome coragem rsrsrsr

    Da uma passadinha no meu blogger:

    www.pisandoporai.blogspot.com

    Forte Abraço

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    1. Valeu pela visita.

      Já estou seguindo seu blog. Muito legal. Continue firme na corrida.

      Abraço.

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  6. Parabéns Alan, pela prova e pelo relato. Já fiz a Volta ao Cristo este ano, mas fazer a vertical não é para qualquer um. Um dia, bem pra frente eu penso em fazer uma dessa, rsrsrsrs; Abraços e veremos em uma prova dessas.

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    1. Valeu Roberto.

      A Volta ao Cristo é show. Espero repetir a dose em 2013. A Vertical não pegou na veia. Com certeza nos encontraremos nas provas por aí.

      Abraço.

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