Mais um domingo de alegria. Geralmente é assim quando tem corrida. Quando a prova é especial como a Volta ao Cristo de Poços de Caldas-MG então, melhor ainda. Foi minha segunda participação na prova que estava completando sua 30ª edição. A prova é tradicional. É simples, sem muitos mimos aos corredores, mas muito bem organizada. Atrai os corredores pelo desafiador belo percurso. Aqueles que ainda não fizeram a prova programem-se para 2013 e venham encarar uma “subidinha” porreta.
Agitei e “divulguei” entre os amigos a prova desde o ano passado. Foram seis os malucos que caíram nessa e toparam enfrentar o desafio. Saímos de Araras em direção à cidade mineira por volta das 5:15 em três carros. Eu, Keli (minha esposa e sempre companheira nas loucuras), Cesinha, Duzinho, Dirceu, Júlio, David e Ana Paula (esposa do David, que trouxe seus pais para a aventura). O Seu Mário nos encontraria por lá. Foram aproximadamente 150Km de viagem até chegarmos ao Estádio Doutor Ronaldo Junqueira, o Ronaldão, local onde ocorreria a largada e a chegada da prova. Por volta das 7:00, estacionamos em frente ao estádio e com calma fomos retirar o número de peito e o chip da prova. Os que saíram de casa sem tomar café resolveram fazer uma boquinha na cantina do estádio, montada para atender os corredores. O tonto que vos fala embarcou nessa e resolveu encarar um lanchinho rápido. Não tinham opções muito saudáveis né...rs. “Lembrei” do assado com recheio de frango que comi por pelo menos 5 Km. Mais uma lição aprendida. “Alimentados”, trocamos de roupa e ficamos de bobeira nos arredores do estádio até a largada.
David, eu, Duzinho, Cesinha, Júlio e Dirceu |
O percurso apresenta o grande diferencial dessa prova. Não sei exatamente as marcações de cada km, mas são aproximadamente, 5K no plano, 4,5K em subida, 5K em descida e 1,5K no plano novamente, com direito a chegada triunfal dentro do estádio. Larga-se de frente o estádio Ronaldão em direção ao centro da cidade. Este trecho é muito agradável por sinal, pois os moradores da cidade incentivam bastante os corredores. Deste ponto pra frente é melhor nem olhar pra cima, porque a subida é grande, aumentando aos poucos sua inclinação. Chegamos à estrada que leva ao Cristo e subimos, subimos e subimos. Por volta do km 9 ou 9,5 atingimos o ponto mais alto da prova, com 1615m. Pra se ter uma ideia partimos de uma altitude de 1180m. A partir daqui é praticamente só descida, primeiro por uma estrada de terra e depois pelo asfalto. Mais um 1,5K no plano e completamos a prova.
Largamos pontualmente às 09:00. A estratégia estava traçada. Já conhecia o percurso e sabia que qualquer exagero seria cobrado durante a subida. Eu, Cesinha e Seu Mário corremos praticamente juntos durante o trecho plano da prova. Ao contrário da edição de 2010 deixei o mosquito da dengue bem pra trás (um corredor fantasiado). Tá lembrado Murilão? O clima estava muito agradável e os termômetros ao longo do percurso marcavam 20º. Passei por esse trecho sem sentir qualquer desconforto. Ao começar a subida a prova parece começar pra valer. A subida é contínua, saindo do centro da cidade até o Cristo. É pesada, é sofrida, mas é espetacular. Antes de adentrarmos à estrada que nos levará ao Cristo, uma boa hidratada e um chup-chup de garapa. Rsrsrs ... nunca tinha visto nas provas, mas foi bom demais. Tinha também de água de coco. Glicose na “veia” e “sangue no zóio”. Só quem já fez a prova sabe a dificuldade dessa subida. Tinha me esquecido o quão forte ela é. Lá pelo 8,5 km uma musiquinha, que lembrava as bandinhas antigas animava os corredores. Mais alguns metros morro acima e avistávamos o Cristo. Pouquíssimo aproveitei a bela visão lá do alto e parti por uma estradinha de terra cheia de pedregulho, buraco e com alguns pontos de lama. Soquei a bota pra tentar recuperar o tempo perdido na descida. Uma placa no caminho alertava Cuidado: descida perigosa. Voltamos ao asfalto e a descida continuava, agora mais intensa. A coxa direita começou a “reclamar” da forte descida. Passamos por alguns bairros, descendo até voltarmos ao plano próximos do km 15. Faltava apenas um km, mas a força tinha se sumido. As pernas travaram e o ritmo despencou, mas cheguei.
A chegada triunfal ocorre dentro do estádio no qual largamos. Alguns metros e cruzamos o pórtico de chegada. O sofrimento acaba ali e somos contagiados pela alegria. Nas arquibancadas o pessoal aplaude, os amigos incentivam e você faz pose pras fotos. Chegamos...somos vencedores. Completei a prova em 1h 32’ 43”, bem melhor que a 1h 55’ 38” da minha participação em 2010. Ano que vem espero estar de volta.
A medalha |
Encontrei nessa prova muitos amigos. Fica aqui o meu abraço e o desejo de encontrá-los em outras oportunidades. Valeu Antonio Colucci, Odila Noronha, Sueli Silva, Robson Tagliari, Fabio Leone, Mario Henrique e Vicent Sobrinho.
Vicent Sobrinho e eu |
Antonio Colucci e eu |
Odila Noronha, Sueli Silva e eu |
Eu, Mario Henrique, Fabio Leone e Robson Tagliari |
Na volta pra casa, uma paradinha em Águas da Prata para comer um pastel, uma pamonha, um bolinho e zarpar. Só posso dizer que teve bão.